domingo, 30 de junho de 2013

Um velho enferrujado...

Pingos de chuva caíram sem raiva
Olhos e pele semicerrados
Como o cinza escuro metálico inanimado e frio. 
Outra chama da minha cara remanescente da distância.... 

Você está aqui para a perfuração do coração (?)
Incisões precisas
Anestésicos sonhos 
Estão quebrados como um relógio que precisa de reparos
Vidro quebrado, cara quebrada, sonhos estão.

Face exposta à espera de ser ferida... 
Ferido como um amigo
Que aliviou sua dor matando, 
Não deixando matá-lo. 
Idos e esquecidos, brilhos ...

Meu estômago se sente podre
Meus sapatos estão encharcados
Minhas meias são todas de algodão
Minhas entranhas são pretas do cigarro

Nessa noite os fantasmas lamentaram no vendaval
Com seus gritos agudos, numa lua crescente
Com uma foice que pastava contra a pele...
Suave
Minha respiração embaçou a janela
Para que deixasse a noite respirar dentro de mim
Mais uma vez
Os fantasmas no meu quarto...
Ouvi seus gritos
Sussurros incessantes cantando como música aos meus ouvidos.
Um flash da vida como um relâmpago elétrico ofuscante azul me lembrou de mim.
E cada canção maldita é foda mesmo
Desliza tão suave através da chuva
Como um outro lembrete intrusivo 
Das coisas que eu esperava que estavam muito longe.