quarta-feira, 30 de abril de 2014

Postou-se à frente do Desconhecido

Caminhou até a janela
Ergueu a guilhotina
Olhou para fora e depois voltou-se

- Ainda não sei ao certo o que fazer com você. Preciso estabelecer uns contatos...Ruiva tome conta dele. Dispam-se, amem-se, deitem-se,  divirtam-se que a noite está próxima do fim.

Olhou o relógio
Quase quatro
O homem ergueu mais uma vez
A cabeça apontou no vão da porta

- E se nosso homem foi embora? Mas o que importa?! Ele vai voltar ...Não será sua última noite.

Num gesto rápido
Meteu no bolso do desconhecido um lenço manchado de sangue
Puxando o outro para junto da porta

- Tome cuidado. O impulso pode repetir-se.

Não era primavera em que dizia aquelas palavras
Erguia o esqueiro de um lado,
Procurando

- A chave da luz está do outro lado...

O homem da flor não demorou em achar. Um clarão o iluminou...Todos reunidos sob a lâmpada nua no teto. Parado no quarto ouviu o trinco da porta, depois o rumor nos passos do corredor, nos degraus. Passou o dedo no rosto. Caminhou até o espelho da pia hesitante. Fez meia-volta e  sentou-se pesadamente na cadeira da sala.



segunda-feira, 7 de abril de 2014

... e as cinzas que dos sonhos desabam!

Numa aclamação geral
Poderia lhe dizer sobre uma inspeção bem perto
Do espetáculo
Que nunca ficou para a detecção...
Há salvação para quem tem fé
E aqueles que vos levam
Que não nos deixeis cair em tentação
Por que na escrita 
O escândalo estava raspado
Sangrando nas costas
Da chateada insone circundante
Manhosa e lisa incerteza...
O pobre tolo
Quebrou mais uma regra
Como uivo à luz do cauteloso escurecer
Mentiras por trás de verdades
(E isso não o acabou)
Andando na cidade
Pintando-a tristemente
Louco
Com força para continuar
Sentindo a bondade
Brilhando dentro
Numa dança para sentir(-se)
Que o tempo envelhece
Como um violento golpe de romance
Como um toque de classe
Insolente e raso
Espalhando no céu as estrelas
Verdades por trás das mentiras
A bailarina que dança na "corda-bamba"
A raposa que é aplaudida de pé ...

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Está cheio de ar

Tudo gritava tão rápido
Severamente abotoado
Num futuro rico em promessas
Fluindo como vinho em taças de cristal...
Olhos enevoada
Meninas em vestidos vermelhos
De algodão
Em seus sonhos estrelados
Carteados
De maneira magistral
[Por isso nunca mais vai voltar,(É longe, muito muito longe, é muito distante)]
A luz das estrelas
Dançando das maneiras mais estranhas
A mil milhas fora do curso
Me fez sentir o espirito livre
Como Vênus no oceano Atlântico
Pensando nas coisas ruins que tentei fazer
Coisas certas
Coisas erradas
Coisas...
Antes o que era a torre mais alta
Desmoronou em...
Mergulho da ponte...
Nós nos protegemos
Feito reféns do passado
Torturado no silêncio
Ao tatear o escuro
Pois não havia
Nada lá em tudo...