terça-feira, 19 de julho de 2011

Onde eu preciso estar

Seguindo em frente, estou.

Morei neste lugar e eu sei todas as faces.
Cada um é diferente, mas no fundo são todas iguais!
Eles nunca me permitirão mudar...nem é meu interino proposito;
Mas eu nunca sonhei que a minha casa terminaria sendo um lugar ao qual eu não pertenço!?
Ao menos eu consigo ver que a vida tem pacientemente me esperado
e sei não há nenhuma garantia, mas eu não estou só.
Chega um momento na vida em que vc pode ver que os anos 
estão simplesmente passando, passando, passando e passando.

Escalei os topos montanhosos.
Nadei em todo o oceano azul.
Atravessei todas as linhas e quebrei todas as regras.
Hoje estou tão longe de onde eu preciso estar, ou deveria.
Vendi o que pude e empacotei o que não pude.
...coisas com sorrisos.
Amei como deveria, mas vivi como não deveria.
...coisas 
Tive que perder quase tudo para descobrir...
Talvez perdão ache em algum lugar por essa estrada.

Segredos engolindo o centro de mim.
Desligado.
Muito cansado de derrotar minha propria sanidade.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Coiote embrusteiro.

As mudanças de muitos invernos marcam o ciclo da roda. As rugas do meu rosto antigo mostram tudo que posso sentir. A natureza da minha passagem ainda eh um mistério, pois no intimo sou dono do meu próprio destino. Quando no começo dos tempos eu era um menino, me espantavam as descobertas que fazia. Descubro mais uma vez que o peso de todo o inverno traz descobertas como um amigo.
Há alguns dias atrás, numa noite, eu caminhei até uma fonte de água quente que brotava do alto de uma montanha – fugindo do frio que me atordoava o corpo. Fiquei ali sozinho, boiando na água, olhando para a vastidão da noite tão estrelada. Havia feito uma fogueira a seis metros dali, num lugar de grama baixa e com poucas arvores por perto. Eu tinha ido a esse local em busca de algumas respostas, que estava naquele momento cheio de duvidas. Lágrimas de tristeza brotavam dos meus olhos. Formavam círculos de prata no meio das águas efervescentes daquela fonte natural. Eu, naquele dia, procurava saber como poderia voltar a grande cidade e começar a conviver com aquelas pessoas que se esforçavam somente em ser  “alguém” na vida, em lugar de tentarem manisfestar tudo aquilo que são em sua verdadeira essência.
Foi durante esses dias, em que fazia cada vez mais frio, que comecei a compreender porque o Coiote era chamado de embrusteiro. O Coiote nos ensina a beleza que existe em nossa confiança e nossa inocencia infantil, ate que nos tornemos sérios demais. Ai ele arma um ardil para nos enganar, derrubando todo o excesso de seriedade que serve para mascarar nossos temores e ansiedades. Toda vez que esquecemos de ser criança e encarar a vida de forma alegre e tranquila, o Coiote se manifesta para nos importunar, até que deixemos de lado a dor interna.